Olá, apaixonados por tênis! Se você já assistiu a uma partida e ouviu o árbitro gritar “Foot fault!”, ou se você mesmo já foi penalizado por isso, sabe como essa infração pode ser frustrante. Mas o que exatamente configura um foot fault? Quais são os diferentes tipos e o que dizem as regras oficiais? Neste guia completo e atualizado, vamos mergulhar nos detalhes dessa regra crucial, usando como base exclusivamente os regulamentos da Federação Internacional de Tênis (ITF) e o mais recente Regulamento Geral da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), para que você nunca mais tenha dúvidas (ou cometa essa falta!).

O Que é um Foot Fault, Afinal?
De forma simples, um foot fault ocorre quando o sacador comete uma irregularidade com os pés durante o movimento de saque. A regra existe para garantir que o sacador não ganhe uma vantagem injusta, como se aproximar demais da rede ou mudar drasticamente sua posição antes de golpear a bola. É uma daquelas regras que, embora pareça pequena, é fundamental para a integridade do jogo.
Os Tipos de Foot Fault: Detalhe por Detalhe
Vamos analisar os cenários mais comuns que levam a um foot fault, sempre com o respaldo das regras oficiais da ITF e do regulamento da CBT.
1. A Caminhada Proibida: Mudar de Posição Andando ou Correndo
Este é um ponto fundamental: o sacador não pode alterar significativamente sua posição inicial andando ou correndo enquanto executa o saque. Pequenos ajustes com os pés são permitidos, mas nada que se assemelhe a uma caminhada ou corrida para ganhar vantagem.
O que diz a ITF? “During the service motion, the server shall not: a. Change position by walking or running, although slight movements of the feet are permitted;”
Tradução: “Durante o movimento de saque, o sacador não deve: a. Mudar de posição andando ou correndo, embora pequenos movimentos dos pés sejam permitidos”
E a CBT? “O sacador, durante a execução do serviço não poderá mudar a sua posição andando ou correndo. Pequenos movimentos dos pés que não afetem materialmente a sua posição não deverão ser considerados como mudança de posição.”
Exemplo Prático: Se o jogador dá um passo claro para frente, para o lado, ou para trás, mudando sua posição original antes de golpear a bola, isso é um foot fault. A ideia é impedir que o sacador ganhe um impulso extra ou um ângulo muito diferente de forma irregular.
2. O Clássico: Tocar a Linha de Base ou a Quadra Antes do Impacto
Este é, talvez, o tipo mais conhecido de foot fault. O sacador não pode, com nenhum dos pés, tocar a linha de base ou qualquer parte da quadra à frente dela antes que sua raquete faça contato com a bola.

O que diz a ITF? “During the service motion, the server shall not: … b. Touch the baseline or the court with either foot;”
Tradução: “Durante o movimento de saque, o sacador não deve: … b. Tocar a linha de base ou a quadra com nenhum dos pés;”
E a CBT? “Não deve tocar com o pé qualquer área que não seja aquela atrás da linha de base, dentro da extensão imaginária da marca de centro e das linhas laterais.”
Interpretação: Ao estipular que o pé não deve tocar “qualquer área que não seja aquela atrás da linha de base”, a regra da CBT implica que tocar a própria linha de base ou a área à frente dela é uma falta. A continuação da frase “dentro da extensão imaginária da marca de centro e das linhas laterais” refere-se aos limites laterais e centrais ‘imaginários’ da posição do sacador, sendo foot fault tocar essas ‘linhas imaginárias’.
Exemplo Prático: Imagine o sacador iniciando seu movimento. Se a ponta do seu tênis raspar a linha de base, ou se ele der um pequeno passo para dentro da quadra antes de bater na bola, é foot fault! Não importa se foi só um toquinho.
3. Invadindo Território: Pisar Fora da Extensão Imaginária da Linha Lateral
Durante todo o movimento de saque, os pés do sacador precisam estar dentro da área delimitada pelas extensões imaginárias da marca central e da linha lateral. Pisar fora da extensão da linha lateral é um foot fault.


O que diz a ITF? “During the service motion, the server shall not: … c. Touch the area outside the imaginary extension of the sideline with either foot;”
Tradução: “Durante o movimento de saque, o sacador não deve: … c. Tocar a área fora da extensão imaginária da linha lateral com nenhum dos pés;”
E a CBT? “Não deve tocar com o pé qualquer área que não seja aquela atrás da linha de base, dentro da extensão imaginária da marca de centro e das linhas laterais.”
Exemplo Prático: Se um jogador destro está sacando do lado do “iguais” (deuce court) e seu pé esquerdo (o mais próximo da linha lateral) pisa para fora da linha imaginária que prolonga essa lateral, é foot fault.
4. Cruzando a Fronteira: Pisar Fora da Extensão Imaginária da Marca Central
De forma similar à linha lateral, o sacador deve respeitar a extensão imaginária da marca central (aquela pequena marca no meio da linha de base). Os pés devem estar do lado correto dessa marca. Pisar sobre ou além dessa linha imaginária, invadindo o que seria a “outra metade” da área de saque, também é foot fault.

O que diz a ITF? “During the service motion, the server shall not: … d. Touch the imaginary extension of the centre mark with either foot.”
Tradução: “Durante o movimento de saque, o sacador não deve: … d. Tocar a extensão imaginária da marca central com nenhum dos pés.”
E a CBT? “Não deve tocar com o pé qualquer área que não seja aquela atrás da linha de base, dentro da extensão imaginária da marca de centro e das linhas laterais.”
Exemplo Prático: Se o jogador está sacando do lado do “iguais” e seu pé pisa sobre a extensão da marca central ou, pior ainda, cruza para o lado da “vantagem” antes de bater na bola, é foot fault.
Esclarecimentos Adicionais da ITF Foot Fault
A ITF também fornece casos para esclarecer melhor a regras sobre foot fault:
Caso 1 da ITF: “Case 1: In a singles match, is the server allowed to serve standing behind the part of the baseline between the singles sideline and the doubles sideline? > Decision: No.”
Tradução: “Caso 1: Em uma partida de simples, é permitido ao sacador sacar posicionado atrás da parte da linha de base entre a linha lateral de simples e a linha lateral de duplas? Decisão: Não.”
Interpretação: Em jogos de simples, o sacador não pode se posicionar na área da linha de base que fica entre a linha lateral de simples e a linha lateral de duplas – o famoso “corredor”.
Caso 2 da ITF: “Case 2: Is the server allowed to have one or both feet off the ground? > Decision: Yes.”
Tradução: “Caso 2: É permitido ao sacador ter um ou ambos os pés fora do chão? Decisão: Sim.”
Interpretação: O sacador pode, sim, ter um ou ambos os pés fora do chão durante o saque, como ao saltar. Isso não configura foot fault por si só, desde que as outras condições da regra 18 sejam respeitadas.
Quando Exatamente Acontece o Foot Fault?
A infração de foot fault é considerada desde o início do movimento de saque (quando o jogador começa as ações para sacar, como o lançamento da bola ou o movimento da raquete) até o momento em que a raquete efetivamente golpeia a bola.
Ou seja, se um dos pés estiver extrapolando os limites mencionados anteriormente em qualquer momento durante a execução do saque será foot fault!
Consequências do Foot Fault: O Que Acontece Depois?
As consequências são diretas e podem impactar o placar:
No Primeiro Serviço: Se o foot fault acontece no primeiro saque, ele é considerado uma “falta” (fault). O sacador perde essa tentativa, mas tem direito ao segundo serviço.
No Segundo Serviço: Se o foot fault ocorre no segundo serviço, aí a coisa complica: o jogador perde o ponto. Isso é o que chamamos de “dupla falta”.
Quem Fiscaliza o Foot Fault?
Em partidas oficiais, o árbitro de cadeira é o principal olho atento para o foot fault. Os juízes de linha que estão posicionados próximos à linha de base também têm essa responsabilidade. Em jogos amadores ou sem arbitragem oficial, a honestidade e o bom senso prevalecem, mas o recebedor pode (e deve) chamar a infração se a vir claramente e chamar o arbitro auxiliar para caso o problema continue.
Dicas de Ouro para Evitar o Temido Foot Fault
Ninguém quer perder pontos por um erro de posicionamento dos pés, certo? Então, anote estas dicas:
Posicionamento Consciente: Antes de começar o movimento, certifique-se de que seus pés estão a uma distância segura atrás da linha de base. Deixe uma margem!
Consciência Corporal: Durante o treino, foque em sentir onde seus pés estão em cada fase do saque. Isso ajuda a criar memória muscular.
Movimento Controlado: Evite grandes saltos ou passos descontrolados que possam te levar para cima da linha antes da hora. Um movimento fluido e equilibrado é a chave.
Peça Feedback (ou Filme-se!): Treine com um amigo, professor ou até mesmo filme seus saques. Muitas vezes, não percebemos nossos próprios erros de posicionamento.
Conclusão
O foot fault pode parecer um detalhe técnico, mas é uma regra essencial para manter a justiça e o padrão do tênis. Compreender os diferentes tipos de foot fault e suas nuances, sempre com base nos regulamentos oficiais da ITF e da CBT, é o primeiro passo para evitá-los. Com prática e atenção, você pode garantir que seus pés estejam sempre no lugar certo, permitindo que seu saque brilhe sem infrações!
Esperamos que este guia tenha sido útil! Agora, vá para a quadra e pratique esses saques com confiança!
Referências Principais:
International Tennis Federation (ITF). Rules of Tennis. (https://www.itftennis.com/media/7221/2025-rules-of-tennis-english.pdf, acessado em 13/05/2025)
Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Regras Gerais. (http://cms.cbtenis.com.br/cms/Arquivos/Download/Upload/850.pdf acessado em 13 de maio de 2025).
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